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Milhões, milhões e mais milhões. Nos últimos anos, é sempre a mesma coisa. Abre-se a janela de transferências no futebol, seja no mercado de verão ou no de inverno, e os clubes da Premier League desatam a gastar verbas astronómicas. Tomando como exemplo o que está a acontecer em 2025, verificamos que as equipas da principal liga de Inglaterra já investiram 2 173 milhões de euros na contratação de jogadores - dados do site Transfermarkt -, valor que quase iguala a despesa dos outros quatro campeonatos do chamado Big-5 - Espanha, Alemanha, Itália e França -, estimada em 2 223 milhões.
Já todos sabemos que o futebol inglês é visto como uma mina de ouro, um fenómeno à parte, mas olhando cruamente para os números, não podemos deixar de nos interrogarmos sobre a viabilidade de um negócio que só neste verão, entre compras e vendas, tem um saldo negativo de quase mil milhões de euros. E tem sido assim nos últimos anos.
Sabemos que muitos dos donos dos clubes são multimilionários, mas a verdade é que nenhum deles se compara ao Fundo Estatal Saudita, que tem à mão os biliões gerados pelo petróleo. Para um leigo como eu, tudo indica que estamos perante uma bolha que irá rebentar, mais ano, menos ano. E, se nada for feito para travar esta megalomania, o estouro terá proporções gigantescas. Daí que me parece que no bom caminho estão as ligas de Alemanha, Itália e França, que, na altura em que escrevo, apresentam contas no verde. E a de Espanha anda lá perto.