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O PS acaba de eleger novo secretário-geral, José Luís Carneiro (JLC), mas a sua liderança não se adivinha fácil. Não por falta de qualidades e experiência cívica e política, cultura e trajeto social e humano, mas por ter sido colocado à frente do partido onde a maior parte dos equivalentes tem assegurado “emprego e ambição”, sem passar por escrutínio na contratação.
JLC, de quem sou velho amigo e sempre apoiante, tem qualidade autónoma dos cargos políticos que desempenhou e inserção social e cultural próprias, justa ambição sem “atropelar ninguém” e por onde tem passado deixou “marcas muito positivas”, sem agredir verbalmente ninguém e dignificando o partido que sempre representou. Mas, atenção, nada tem a ver com “compras em segunda mão e pagas como novas” como Augusto Santos Silva que o PS elevou a altos cargos, distinguiu-se por fazer “trabalho sujo ao serviço de...” e agora anunciou que não se vai candidatar a presidente da República, exemplo de soarista com currículo partidário, cultural e social sem atrapalhar ninguém e que só dignificará a campanha que os seus muitos e reconhecidos cidadãos e socialistas apoiam. Este é o primeiro obstáculo que JLC poderá ter de enfrentar, a ambição de alguns não tem limites e os velhos camaradas que querem ver recuperados os percursos de Soares e Zenha, Sampaio e Guterres, Almeida Santos, Macedo, Cal Brandão e JL Nunes, só para lembrar os mais próximos, estão preocupados, mas solidários com o novo líder.