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Somos confrontados frequentemente com desastres naturais, alguns de proporções catastróficas, como os recentemente registados em Marrocos e na Líbia.
Infelizmente, as alterações climáticas parecem condenar-nos a um aumento da ocorrência de fenómenos naturais de maior regularidade e intensidade, com consequências terríveis para as populações.
Saber agir em situação de catástrofe é fundamental, não apenas para a proteção individual, mas, igualmente, como forma de prevenir os riscos.
Vários especialistas, nos últimos dias, referiram a importância da promoção de ações de sensibilização e treino, que capacitem cada um de nós a saber atuar perante as ameaças que decorrem dos fenómenos naturais.
Matosinhos foi a primeira cidade portuguesa a ser distinguida como “Resilience Hub” da Organização das Nações Unidas, o que implica um papel ativo do município, quer na identificação, monitorização e avaliação dos riscos naturais, quer da preparação dos serviços de Proteção Civil e outros na abordagem a eventuais situações de perigo.
Foi com grande satisfação que inaugurámos recentemente a “Academia do Alertinha”, um espaço vocacionado para as crianças e para a comunidade escolar, que promove ações interativas de experiência dos riscos quotidianos em ambientes diversos, como a casa, a praia, ou a floresta, alargando à segurança rodoviária ou à reação a sismos a preparação das crianças e jovens.
Esta preparação é muito importante na formação cívica e encontra nos mais novos, com o seu natural espírito de curiosidades, pequenos-grandes adeptos das melhores práticas de proteção!
Cidadãos mais informados e preparados fazem comunidades mais fortes e resilientes. E é na comunidade, na responsabilidade coletiva e solidária que está a chave da minimização dos impactos dos acidentes e catástrofes.
Podemos já não conseguir evitar muitas das consequências das alterações climáticas, pelo menos nas próximas décadas. É pela educação que conseguiremos que esses impactos sejam mitigados nas suas consequências sobre o bem-estar e a própria vida de cada um de nós.
Num Mundo cada vez mais complexo, é na cidadania ativa, na verdadeira participação das pessoas nas dimensões comunitárias, que reside a chave do desenvolvimento sustentável que desejamos.
É esta a essência da Democracia, que não se limita ao direito de participação em atos eleitorais. Vai muito mais além e deve ser um exercício permanente de envolvimento de cada uma e de cada um com o conjunto da comunidade a que pertence.