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Já não me lembro sequer de um tempo em que as previsões para a economia de um Governo não eram apelidadas de demasiado otimistas, de a Oposição não ser acusada de fatalista, das instituições internacionais não fazerem alertas, ou da União Europeia não enviar avisos e publicar relatórios vários. Todos eles nos acenam com certezas, determinações e convicções, apesar de todos eles não estarem noutro domínio que não o da futurologia, ainda que informada. É apenas disto que se trata: previsões sobre o comportamento futuro de um país, medido através de uma série muito complexa de variáveis, que dependem principalmente de decisões - que se presumem racionais -, das pessoas e agentes económicos. A economia é a ciência da escolha e, portanto, fazer conjeturas, ainda que sejam baseadas em métodos científicos, é tarefa tão falível quanto é abundante a capacidade humana para mudar de ideias. Quer isto dizer que não se podem fazer previsões? Não, claro. Não nos queiram é convencer de que o país vai acabar para sempre caso as previsões de uns não se cumpram, ou que vão nascer arco-íris que nos levarão a todos em direção ao paraíso, caso se verifiquem. Tenham calma. Previsões são previsões e nada mais do que previsões.
JORNALISTA