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Após uma época em que a equipa parecia jogar uma modalidade desportiva semelhante ao futebol, o bálsamo da primeira jornada desta temporada confirmou os bons indícios revelados frente ao Twente e Atlético de Madrid. Frente a um Vitória com mais pré-temporada nas pernas, a desenvoltura física e a assertividade emocional do F. C. Porto foram evidentes e alimentam a esperança de um futebol mais comprometido e lúcido, pressionante no momento da perda, mas sem o desequilíbrio de quem não acredita que haja uma razão para recuperar a bola. A estabilização de um onze base, tantas vezes precoce quando é prematuro chegar a conclusões, é aqui quase incontestável: apesar de a equipa precisar de encontrar uma formulação que permita a inclusão de Rodrigo Mora, quem sai dos balneários aporta segurança defensiva, equilíbrio-motor a meio campo e capacidade de romper no último terço. Com a criatividade e a segurança que só a capacidade física permite sustentar, sente-se que o F. C. Porto está num patamar que, quase incompreensivelmente, nunca pisou na temporada transacta.
Há uma primeira impressão digital de Farioli. E é inevitável falar de um outro Victor. Numa posição diferente, obviamente não goleadora (embora se perceba que tem golo e assistência nos pés), Victor Froholdt não engana e será um jogador diferenciado, com potencial de crescimento, com impacto indiscutível no F. C. Porto e no futebol português. A complementaridade de um meio campo com a solidez que Varela recomeça a entregar e a criatividade que Gabri Veiga começa a mostrar, casa com a verticalidade de Borga, a experiência-arte de Pepê e a contundência de Samu. Sim, há que conjugar Mora. E não faltarão adversários para tal.
*Adepto do F. C. Porto