Corpo do artigo
Lívia e Paulo ficaram na rua depois de um incêndio ter destruído a casa que alugaram por 400 euros por mês. Com três filhos menores, ele a trabalhar numa Junta de Lisboa, ela desempregada, bateram à porta da Câmara da capital a pedir ajuda. Nada. Não há, disseram, casas sociais disponíveis e a lista de espera é gigante. Mesmo assim inscreveram-se. Foi-lhes dito que não cumpriam os requisitos. A Santa Casa da Misericórdia alojou-os, entre novembro e até anteontem, em quatro pensões, sempre num único quarto. A Misericórdia parou de apoiar alegando que o casal ganha mais do que o RSI. A família apenas pede uma casa que possam pagar numa cidade onde, nos últimos dias, falar de sanitários e de palcos no valor de muitos milhões é corrente. Quantas casas se fariam com 100 milhões? Pois... são prioridades de um país que maltrata quem precisa.
*Jornalista