Problema na arbitragem também está na formação
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Durante uma semana, o futebol português regressou aos tempos primitivos das arbitragens polémicas e do ataque cerrado dos dirigentes, muitas vezes uma velha tática para se camuflar as más exibições e as discutíveis opções dos treinadores. Choveram mensagens dos clubes e os programas televisivos inundaram-se de imagens em câmara lenta para esmiuçar movimentos ao pormenor. Há um problema na arbitragem, quando a aposta na formação passou para segundo plano e as novas gerações não foram capazes de substituir as mais antigas na mesma proporção de qualidade e desempenho.
Para a arbitragem melhorar tem de se mudar a mentalidade no futebol de formação, onde muitos pais nem sequer sabem as regras de jogo e insultam jovens árbitros com vocabulário impróprio, concretizando até agressões fúteis e cobardes. Muitos desistem quando estão a dar os primeiros passos, porque não estão para lidar com comportamentos primários e despropositados e nem sequer são devidamente remunerados para ultrapassarem estes obstáculos.
Só quando houver mais civismo no futebol de formação, o número de árbitros irá aumentar exponencialmente e isso será meio caminho andado para melhorar os padrões de qualidade. Quanto mais numerosa for a base, maior será a possibilidade de haver profissionais de sucesso na arbitragem. É por aqui que as instituições têm de começar a resolver o problema, obrigando os clubes a tomar medidas duras e profiláticas, o que é uma tarefa delicada quando são os pais a pagar a formação dos filhos e a contribuir para o equilíbrio financeiro. Quando se resolver esta questão, teremos melhores árbitros.

