A resposta é: quando Lisboa quiser!
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E, seja quando for, será sempre incompreensível e injustificável. Mas, seja quando for, nada poderemos fazer. É como quando o árbitro apita. Mas sem VAR......
Basta ler com atenção os dados que são tornados públicos sobre este assunto para percebermos duas coisas. Em primeiro lugar que todos os países que, na Europa, têm os estádios abertos apresentam piores estatísticas da infeção do que Portugal.
Em segundo lugar, que em todos eles existem soluções de governação regional com autonomia para, face a eventuais alterações do quadro inicial, assumirem opções mais restritivas ou mais flexíveis.
Em França, por exemplo, os estádios tinham permissão para acolher até 5000 adeptos. Os números pioraram e o limite passou para 1000. Mas não é igual em todo o lado. Segundo o "The Guardian" no fim de semana passado, o Mónaco, o Lille e o Bordéus jogaram com público. O Nice, por sua própria vontade, jogou à porta fechada. Ao contrário, o Marseille, clube da cidade considerada um hotspot para o coronavírus, decidiu autorizar uma assistência de 1000 adeptos por decisão do governo local.
Na Alemanha, os estádios podem encher-se até 20% da sua capacidade com a flexibilidade necessária para se adaptarem ao evoluir da situação e a segurança da supervisão dos seus Länder.
O mesmo em Itália, na Hungria ou na Holanda. Em diversos graus, mas na mesma direção e com a mesma proximidade ao terreno no que toca a decisões.
Nós por cá, fazemos parte doutro campeonato. Do campeonato que não se percebe. Os que vão a touradas, a concertos ou a festas partidárias são uma espécie de surdos-mudos cheios de juízo. Quem vai a um jogo de futebol é um tresloucado incontinente.
Uma cadeira de intervalo no cinema está bem. Dez cadeiras de intervalo entre adeptos e mais uma fila atrás e outra à frente ao ar livre num estádio é muito perigoso!
Mas também fazemos parte do campeonato "só mando eu".
Lisboa verá, Lisboa achará. Lisboa decidirá. Ainda que, mais próximo dos acontecimentos, lhes gritemos que continuar assim roça o anticonstitucional.
Só falta que nos digam que com a "legitimação democrática" em curso nas CCDR, daqui para a frente, tudo vais ser diferente!
Analista financeira