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Há na comédia uma regra de ouro: é sempre mais meritório fazer "punching up", ou em português bater nos mais fortes, do que "punching down", ou seja, bater nos mais vulneráveis.
Claro que há exceções, desde que a piada seja boa e ultrapasse um raciocínio básico. Mas há outras áreas, como a política, em que a norma parece ser atacar os mais vulneráveis e usar o medo natural do ser humano para tirar proveitos.
É fácil ter medo de quem não se parece connosco e até nem fala bem a nossa língua. É fácil fechar fronteiras e dizer "não entra ninguém", mesmo quando sabemos que precisamos de gente que ajude o país a prosperar. Difícil é acolher e darmos condições dignas a quem, como os nossos avós fizeram, arrisca tudo e ruma ao desconhecido para melhorar a vida da família, mesmo quando sabe que pode enfrentar racismo e xenofobia.