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Os exames nacionais estão de regresso e o número de alunos inscritos é ligeiramente superior ao do ano passado, sugerindo que Portugal pode manter a trajetória de convergência com a Europa em termos de jovens que frequentam o Superior e de diplomados. Não obstante o balanço positivo no domínio da qualificação, podemos fazer mais e melhor.
O país tem de ultrapassar as limitações de atração de estudantes mais velhos, de qualificar os jovens pertencentes a grupos socioeconómicos sub-representados e apostar na formação ao longo da vida. As recomendações da Comissão Europeia sobre aprendizagem individual e microcredenciais sugerem que os estados-membros devem cumprir a meta de 60% dos adultos a participarem em ações de aprendizagem ao longo da vida até 2030.
Este também é um dos desafios das instituições de Ensino Superior, a par da especialização do processo de ensino e do aumento da interação com as empresas. Tendo como princípio que a educação prepara os jovens para a vida ativa, enquanto cidadãos e profissionais, as instituições devem incentivar modelos de ensino em contexto profissional que fomentem a ligação ao mercado de trabalho. A mudança passa por um ensino inclusivo, vocacionado para o desenvolvimento de competências favoráveis a mudanças tecnológicas e sociais, a capacidade criativa e empreendedora, a autonomia reflexiva e pautado por valores éticos.
Dito isto, a transformação do Ensino Superior passa por dar maior centralidade à inovação pedagógica e à valorização do ensino. Do Governo esperam-se mudanças do regime jurídico das instituições de Ensino Superior e do estatuto da carreira docente. Das instituições esperam-se mudanças na avaliação de desempenho dos docentes e de progressão na carreira, acompanhada pelo desenvolvimento profissional e a frequência de planos de formação pedagógica inovadores.