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O F. C. Porto perdeu outra vez com o Estoril para a Liga, num jogo marcado por lances polémicos, em especial o penálti sobre Francisco Conceição revertido pelo árbitro, após intervenção do VAR. E olhando para o lance, por muito que os especialistas de arbitragem digam que foi a decisão correta, para mim, e certamente para muita gente que jogou futebol, aquilo continua a parecer-me um abalroamento claro de Mangala ao mais recente internacional do futebol português e não o contrário, como insistiram em vender - basta ver a forma como ambos caem, o português para a frente, enquanto o francês se estatela atrás de si.
Por muita frieza que se tenha, admito que não é fácil controlar as emoções quando alguém sente que está a ser injustiçado. Compreendo isso no calor do jogo - Francisco Conceição devia ter resistido à ação provocatória de Wagner Pina na expulsão -, mas depois do apito final, quando já nada há a fazer, quando o resultado é definitivo, não aceito ver jogadores de cabeça perdida, a fazerem tristes figuras, a arriscarem castigos que só os prejudicam a eles e aos clubes que representam. O protesto deve ser deixado aos dirigentes, que devem erguer a voz contra os alegados erros, como fez, e bem, Pinto da Costa, findo o jogo no Estoril.
Gostei de ver Sérgio Conceição, que muitos acusam de incendiário, a tentar apagar os fogos e apaziguar os ânimos no final da partida, mas nos dias seguintes só se falava do triste espetáculo, é verdade, proporcionado por alguns jogadores e responsáveis do F. C. Porto.
Mas também detesto ver dois pesos e duas medidas para situações semelhantes. O Benfica empatou (2-2) com o Sporting, na Luz, e foi afastado da Taça de Portugal. Acabou o jogo e o árbitro foi rodeado e fortemente contestado por elementos do Benfica, com destaque para Roger Schmidt (até viu o amarelo) e António Silva. Porém, como se trata do Benfica, tudo isso ficou quase no segredo dos deuses...
*Editor-adjunto