À Maria Botelho Moniz, à Cristina Ferreira (uma guerreira que leva tanta porrada por ser uma super-mulher), a todas as mulheres que desafiam o mundo mesquinho, porque lhe mostram que ser mulher é ser "maior."
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Existe em cada mulher o poder de ser tão ou mais forte do que um homem. Gordas ou magras, bonitas ou feias, mais ou menos elegantes, o que importa é o que elas são capazes de fazer. E são capazes de fazer tudo, o que, na verdade, assusta alguns homens.
Em primeiro lugar, as mulheres são capazes de germinar uma vida dentro delas. Não o fazem sozinhas, mas não precisam de um homem específico para o fazer. Ora essa capacidade iliba-as de qualquer tipo de dependência. Desenganem-se eles! Não são assim tão necessários.
Em segundo, as mulheres, com o saber a que têm acesso, são capazes de alcançar competências e de as dominar, inclusive, com maior mestria.
E sabem porquê?
Porque as mulheres estão habituadas a contornar as dificuldades, a gerir a dor, a elaborar várias tarefas em simultâneo, a lidar com as transformações hormonais. Tudo isso começa cedo, desde que passam de crianças a mulheres e têm de continuar a ir à escola com dores menstruais. Mais tarde, quando o seu corpo se revolve, se adapta à maternidade, deformando-as e há a necessidade de o voltar a colocar no sítio. Finalmente, quando o corpo volta a exigir-lhes uma prova de força, assim que enfrentam a menopausa.
E falam "eles" em disciplina, em capacidade de sacrifício, "muito sacrifício". Que sabem "eles" do assunto?
Que orgulho ser mulher! Que orgulho ter colocado no mundo uma mulher!
As mulheres, gordas ou magras, não podem nem devem ser alvo de censura.
As mulheres, feias ou bonitas, não podem ser rejeitadas por esse motivo.
As mulheres são tão capazes que são capazes de assustar os incapazes.
Há que lhes dar valor: por aquilo que são, por aquilo que conquistaram, por aquilo que fazem com sabedoria.
O grande problema são os homens "invisíveis" que jamais conseguirão atingir determinados patamares. Machistas, impotentes, atacam, mesquinhamente, quem tem valor, quem o merece. Tudo isso porque a insensibilidade "marciana" dos homens não os ensina a ver o mundo.
Infelizmente, algumas mulheres, levadas pelo maior defeito do ser humano, a inveja, também criticam. Criticam, em vez de protegerem, em vez de incharem o peito de orgulho, de se deixarem imbuir de um espírito de admiração, proteção, sororidade, aquelas que lhes poderão servir de exemplo.
Por isso, Maria Botelho Moniz, não te deixes afetar por vozes ignorantes e insipientes, néscias e ineptas, antigas e arcaicas. Vozes maledicentes "não chegam ao céu". E não chegam a lado nenhum.
Agora as mulheres que voam?! Ah!, essas podem chegar a todo o lado. Por isso as admiro: à Maria Botelho Moniz, à Cristina Ferreira (uma guerreira que leva tanta porrada por ser uma super-mulher), a todas as mulheres que desafiam o mundo mesquinho, porque lhe mostram que ser mulher é ser "maior."
Quanto a mim, por muito pouco que eu faça, também já tentaram espancar-me (fisicamente, quando era ainda muito jovem) e a nível psicológico, tantas vezes por outras mulheres. Se conseguiram que eu deixasse de voar? Não. Porque a minha alma é feita de poesia e essa está revestida de "vontades", tal como a de Blimunda, a Sete-Luas!
*Professora