Quando Jardim finalmente deixar o Governo Regional da Madeira, os cronistas portugueses deveriam oferecer-lhe um jantar e fazer dele o seu santo padroeiro. De facto, Jardim é, há anos, uma verdadeira mina para cronistas com a "dead line" à perna e sem nada parecido com um assunto à vista (os que estão fora do alcance do seu longo braço governativo, claro). Que seria de nós em Agosto, agora que a "silly season" parece ter, como as restantes estações, mudado para lugar incerto, sem os discursos da festa de "rentrée" do PSD/Madeira, da festa dos 500, 501, 502 ou 503 anos do Funchal, da festa do Chão da Lagoa?
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E cá estou eu a morder de novo [ainda ontem o tinha feito a propósito do seu "aumentei a dívida da Madeira (...) para agora poder negociar com o Governo liderado pelo PSD"] o isco de Jardim aos media sempre ansiosos pelo, Marco Bellocchio correcto e aumentado, "dislate na primeira página". Porque uma coisa terá aprendido Jardim na APSIC (já que não o vejo a interessar-se por Dali): importa é que falem de nós, nem que digam bem.
Depois da Maçonaria e da Trilateral, Jardim culpa agora o "Estado Central" e o "sistema capitalista" pela catastrófica situação orçamental a que levou a Madeira. Entretanto, o TC revelou que a festa dos 500 anos do Funchal custou mais 75,5% do que o previsto. Aposto que, desta vez, a culpa foi do Opus Dei, da "Al Qaeda" e da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol.