Corpo do artigo
Que futuro espera José Mourinho depois de ser despedido pela Roma, naquela que foi a sexta saída a meio do contrato na carreira de um dos mais titulados treinadores do futebol mundial. Uma seleção? Um clube fora das grandes ligas? Tudo aponta para que a segunda hipótese, pois não parece haver nenhuma seleção apetecível que esteja disponível no imediato - o cobiçado comando do Brasil foi preenchido com a nomeação de Dorival Júnior e a seleção portuguesa, sonho há muito assumido por “Mou”, está bem entregue ao espanhol Roberto Martínez.
Por muito que os detratores digam, ou pensem, o contrário, José Mourinho ainda não perdeu a áurea de Special One. Mas a verdade é que tem sido vítima das más escolhas desportivas que fez - por muito boas financeiras que sejam -, ao aceitar projetos em clubes sem... projetos. Foi assim no Tottenham, então sem dinheiro para investir tal o balúrdio gasto na construção do novo estádio, e no Manchester United, onde, apesar dos milhões disponíveis, reinava um desnorte que ainda hoje passa fatura aos diabos vermelhos. E no regresso a Itália, para treinar a Roma, também não viu cumpridas as promessas feitas pelo dono, o americano Dan Friedkin, que, à semelhança dos irmãos Glazer no United, pouco ou nada percebe de futebol. E mesmo assim, excetuando a passagem pelo Tottenham, José Mourinho acrescentou sempre ao currículo mais troféus. Foram três pelos diabos vermelhos e um ao serviço dos “giallorossi”, pondo fim a jejum de 14 anos sem títulos ao dar-lhes o primeiro sucesso internacional: a Liga Conferência.
Aos 60 anos, a carreira de José Mourinho está numa encruzilhada. Ou fica à espera do que poderá surgir no fim da época; ou rende-se, como tudo indica que vá acontecer, finalmente aos milhões da Arábia Saudita e junta-se a Ronaldo, Jorge Jesus, Luís Castro e companhia; ou reforma-se. Decida o que decidir, continuará a ser o Special One. Pelo menos, o meu!