Corpo do artigo
A época do Benfica abriu com a conquista da Supertaça e no reino das águias, que, segundo os especialistas, reforçaram-se muito e bem, logo começaram a falar em passeio na liga portuguesa e em chegar mais longe do que os quartos de final de 2022/23 na Champions. Esqueceram-se que o futebol é o momento. E para se passar da euforia à (meia) depressão bastaram duas derrotas em meia dúzia de jogos. O primeiro abanão chegou com o desaire perante o Boavista, na abertura da Liga, ainda os adeptos festejavam a vitória sobre o F. C. Porto na Supertaça. E Roger Schmidt acabou por arranjar um bode expiatório para a entrada em falso - ele que teve opções muito discutíveis nesse jogo -, com as culpas a recaírem no mal-amado Vlachodimos. O alemão fez aquilo que um treinador nunca deve fazer em público e criticou o guarda-redes pela exibição menos conseguida no Bessa. Como se isso não bastasse, decidiu tirá-lo da baliza logo no jogo seguinte, entregando-a ao jovem Samuel Soares. Vlachodimos não gostou e confrontou internamente Schmidt, abrindo uma crise resolvida com a venda do grego ao Nottingham Forest.
Até à paragem para as seleções, a baliza ficou entregue a Samuel Soares, que, aos 21 anos, estava a dar conta do recado até ser também ele trocado, por opção de Schmidt, pelo ucraniano Trubin. Afinal, o guarda-redes contratado ao Shakhtar Donetsk tinha de começar a justificar o investimento de 10 milhões de euros. Só que a instabilidade na baliza do Benfica também passou fatura a Trubin, que tem apenas 22 anos. Se havia estado discreto em Vizela, o ucraniano teve uma estreia para esquecer na Luz, em noite de Champions, revelando fragilidades na derrota com o Salzburgo. Nesta altura, a baliza do Benfica queima e só há um responsável: Roger Schmidt. Só espero que o treinador alemão tenha aprendido a lição e não repita o erro de criticar publicamente Trubin. Isso seria tentar apagar um fogo com gasolina...
*Editor-adjunto

