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Roberto Martínez colocou-se a jeito, mas nada justifica as tristes e excessivas considerações com que foi visado por alguns sportinguistas por não ter dado a “alternativa” na seleção a Geovany Quenda, que, assim, viu fugir-lhe a oportunidade de se tornar no mais jovem de sempre a vestir a camisola das quinas. E que poderão ter contribuído para levar o extremo, fruto da juventude dos tenros 17 anos, a dar um tiro nos pés, ao colocar um excerto da música com o título “No Lie To Me” - de Way 45, nome artístico de Rafael Leão, e LZ Xrootz - na publicação nas redes sociais a assinalar estar pronto para voltar ao trabalho no Sporting.
Ponto número um: a seleção não é o Sporting, mesmo que o clube tenha Portugal no nome. E convém recordar aos que se mostraram tão indignados com Martínez que Ruben Amorim teve a hipótese de fazer Quenda campeão na época passada e, com o título conquistado à 32.ª jornada, preteriu-o em relação a Miguel Menino (jogou um minuto com o Estoril), que estava em fim de contrato.
Ponto número dois: o jogo com a Croácia, mesmo com Portugal já apurado para os quartos de final da Liga das Nações, era oficial, logo o resultado contava para o ranking da FIFA, e não um qualquer amigável a feijões, como muitos o passaram a encarar porque lhes interessava para atacarem o selecionador.
Mas Roberto Martínez tem culpas no cartório. Não devia justificar-se com as lesões (Tomás Araújo e Nuno Mendes) para não lançar o sportinguista e ter deixado uma substituição por fazer. Bastava-lhe, pura e simplesmente, dizer que não jogou por opção, como aconteceu, e vai continuar a acontecer, com outros. A indignação por Quenda é tanto mais incompreensível quando contrasta com o silêncio ensurdecedor por Trincão. O esquerdino, em grande forma e um dos pilares da época fantástica do Sporting (sim, é do Sporting!), também não saiu do banco. E não foi repescado dos sub-21...