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A estratégia é sempre a mesma. Seja em Portugal, nos Estados Unidos ou no Brasil: duvidar das instituições democráticas, deixar no ar perseguições fantasmas e acolher a tática do mal-amado. “Está em curso uma tentativa de desvirtuar estas eleições”, disse André Ventura no sábado e evocando nas redes sociais “de pessoas a dizer que vão anular os votos do Chega”, mimetizando o guião de Donald Trump e Jair Bolsonaro.
Quem não se recorda de Donald Trump ter denunciado que teriam ocorrido fraudes eleitorais em massa na sua eleição de 2016? E quando perdeu contra Joe Biden há três anos? O populista lançou suspeitas sobre o registo de eleitores, os membros das assembleias de voto, as máquinas de voto eletrónico e o processo de votação por correspondência.
Já nas eleições presidenciais do Brasil em 2022, Jair Bolsonaro decidiu ir pelo mesmo caminho, avisando de que não aceitaria os resultados eleitorais em caso de derrota (que acabou por acontecer), suspeitando do voto eletrónico e por correspondência, e incitando várias teorias de conspiração nas redes sociais.
Ao que parece, André Ventura tem a lição bem estudada e, muito possivelmente, até poderá ser bem-sucedido. No caso de Trump e Bolsonaro, as derrotas foram evidentes.