Corpo do artigo
Foi publicado o Relatório Anual de Segurança Interna, cuja divulgação quantifica o trabalho desenvolvido pelos atores integrantes do nosso Sistema de Segurança. Um documento que, promovendo a aferição do tipo de criminalidade existente, consubstancia-se numa ferramenta vital para a definição de políticas a serem implementadas, permitindo ainda, em igual grau de importância, a adoção de medidas visando o combate a esses mesmos ilícitos identificados.
Apesar do esforço reconhecido e do empenho das Forças e Serviços de Segurança, o relatório denuncia, face ao ano anterior, um acréscimo de 2,6% na criminalidade violenta, agregadora de todo o tipo de violência exercida na prática do crime e potenciadora de uma forte sensação de insegurança, muito por culpa do aumento dos crimes de roubo na via pública, a entidades bancárias e violações. Deve merecer igual preocupação o aumento da delinquência juvenil (+12,5%), da criminalidade grupal (+7,7%) e da ocorrência de ilícitos criminais em ambiente escolar (+6,8%), o que permite projetar um futuro preocupante.
Para uma cabal produção dos efeitos pretendidos, exige-se que esta análise seja feita sem preconceitos, sem estereótipos e, sobretudo, com o rigor que os próprios números permitem descortinar, complementando-os com as suas condicionantes e fatores que lhes dão origem, nomeadamente respondendo ao “quem” e “onde”.
Qualquer análise com o intuito de ser usada como arma de arremesso ou escudo de proteção para obtenção de populismo, popularidade ou qualquer outro benefício, muito habitual nos nossos agentes políticos em momentos eleitorais, prejudica a sua correta análise e, dessa forma, beneficiará o crime e os seus autores.