É possível compatibilizar boas contas públicas e um Estado social eficiente. É possível o equilíbrio entre o combate às desigualdades e o crescimento económico forte. É possível continuar a desenvolver um ambiente amigo das empresas e defender trabalho e salários dignos. É possível criar oportunidades para os mais jovens e garantir qualidade de vida para os menos jovens.
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Foram estes caminhos que a governação de António Costa nos últimos seis anos demonstrou serem possíveis. E foram estes caminhos que os portugueses sufragaram como o caminho mais desejável para os próximos quatro anos, ao darem uma maioria absoluta ao Partido Socialista.
Como referiu no seu discurso de vitória, a maioria absoluta não é, para António Costa, poder absoluto. Uma sociedade europeia como a nossa tem que se alicerçar no diálogo permanente, não apenas entre as forças partidárias democráticas, mas, sobretudo, com as organizações não governamentais e com as instituições que dão voz às diferentes vozes.
Os desafios que o próximo Governo tem pela frente são imensos. A expectativa de todos é grande. A exigência dos portugueses será elevada e este é um momento em que podemos reforçar a confiança entre eleitos e eleitores, entre instituições e sociedade.
É uma responsabilidade de todas e de todos. Precisamos de um grande ato coletivo de crença na nossa capacidade de acelerarmos a transformação de Portugal que ambicionamos.
Precisamos que a razão se alie ao coração, recordando o apelo de António Guterres para que o humanismo saiba coabitar com a frieza dos números que nos regem.
Perante o contexto internacional de que dependemos - inflação, subida das taxas de juro, rescaldo sanitário e económico da pandemia, crises energética e climática, ameaças de guerra -, devemos saber encontrar o nosso próprio caminho.
O Norte, em particular, terá nos próximos quatro anos uma oportunidade única. Congregar a nossa energia coletiva é uma obrigação de todos. Das divergências deve nascer consenso e do consenso deve surgir ação. Temos estabilidade política nacional e local que resulta da quase simultaneidade dos mandatos autárquicos e legislativo. Temos acesso a fundos do PRR e do novo quadro comunitário. Sentimos uma dinâmica positiva nas empresas, nas universidades, em muitas instituições de diferente dimensão.
Cabe-nos saber trabalhar juntos para que o Norte seja, cada vez mais, uma força de progresso para as pessoas e para o país. Com razão e coração!
*Presidente da Câmara de Matosinhos