Não há como lhes arranhar os brios para se perceber que os portuenses mantêm a lucidez na defesa da cidade.
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O muito falar estrangeiro não lhes abateu os ímpetos, e a crónica sobre a Rua 31 de Janeiro suscitou inúmeros comentários e sugestões. Conforme. Resumindo, uma voz ácida disse: "Simplesmente vergonhoso! Interesses imobiliários pouco limpos. Já nada me surpreende".
Um catedrático do ICBAS opinou: "Agora que a Metro 'destapou' a parte de baixo de 31 de Janeiro (…) há que fazer uma proposta de um trajecto de carro eléctrico. Que se inicie na parte inferior da rua, vá à Praça da Batalha, 'faça inversão de marcha, retomando o trajecto anterior (…) indo até ao Passeio Alegre. O regresso já se pode fazer até aos Clérigos (…). Seria uma antecipação para a melhoria do ambiente local e levaria ao ressurgimento' da rua e do seu comércio (…) a tempo do entusiasmo do Natal. Vá lá, diga isso aos seus amigos". (Já disse, à presidente da STCP.)
E outra leitora barafustou assim: "(…) Dá dó pensar no que aquela rua foi e o que é hoje em dia. E atrevi-me a lembrar o que está a passar-se na Av. da Boavista. Devido, e não só, a esta horrorosa obra que não tem mais fim e não trouxe qualquer melhoria aos moradores, o comércio que existia está a desaparecer, não havendo onde estacionar, os compradores procuram lojas mais acessíveis. A Sapataria, aberta há mais de 60 anos, já encerrou. A Livraria fechará em breve. E outros casos irão surgir. É uma tristeza. (…)"
As razões da decadência das duas artérias nada têm em comum. E, para a cidade, as de 31 de Janeiro são muito mais gravosas.