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À quarta derrota no campeonato e após três derrotas consecutivas, Vítor Bruno deixa de ser parte da solução de que ainda pensava participar no fim do jogo em Barcelos. Há muito que se percebia que não era pelas suas mãos que o F. C. Porto podia dar a volta ao futebol errante que sistematicamente apresentou e, pior do que isso, à absoluta falta de rumo e direcção para fazer uma jogada completa, com cabeça tronco e membros, desde há umas semanas. O epitáfio de Vítor Bruno não é esta forma adoentada como sai do clube, após uma agonia bem mais prolongada do que parece. Não é também o epifenómeno de uma Supertaça ganha na linha do horizonte da felicidade improvável. São cerca de sete anos e meio em que serviu o F. C. Porto, muitos títulos, muitas vitórias, muita dedicação, longe deste “presente envenenado” comprado pelo próprio.
Palavra a quem decide e acção a quem nos representa. Sem tempo para recomeçar, a equipa tem que juntar todos os homens que transportam o símbolo para evitar a derrocada na Liga Europa. É um jogo para ganhar, fazendo apelo a todas as forças que nos fizeram fortes e imbatíveis até ao passado recente. Mais do que diabolizar, toca a reunir. Como não perceber o evidente antes da bola deixar de entrar na baliza? Eis uma dificuldade de percepção que agora nos atira para um mar de dúvidas. Algo que só uma liderança forte poderá resolver.
O autor escreve segundo a antiga ortografia