Se há jornalistas que falam nas redes sociais como se estivessem no sofá de casa, é difícil que as restantes pessoas, as que não têm profissões com responsabilidade de intervenção no espaço público, não os imitem.
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Se as celebridades usam os filhos para se promoverem e ganharem dinheiro nas redes sociais, é de esperar que os seus seguidores achem aceitável deixar um rasto digital das suas crianças e deixá-las à mercê de abusos. Se os políticos usam as redes sociais e julgam-no o espaço certo para debates fundamentados ou, pior, para debitar alarvidades irritadas contra outros protagonistas, normaliza-se o empobrecimento linguístico e retórico.
Enquanto as pessoas - todas - não se convencerem de que as redes sociais são, primeiro que tudo, redes individuais com consequências que as responsabilizam pessoalmente, este pântano não vai secar.
*Jornalista