As alterações funcionais da cidade (Porto e envolvente) implicam pensar a urbanística de modo correspondente, seja, obrigam a pensar estruturas físicas e emocionais de modo diferente e antever futuro novo.
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Quer dizer que a funcionalidade de arruamentos, incluindo passeios, espaços verdes e de encontro e repouso de peões, zonas de usufruto coletivo em condomínios privados e distribuição de mercadorias e abastecimento individual ou coletivo, uso de meios informáticos no trabalho e comércio, implicam mudanças que deveriam ser antecipadas no planeamento urbano, pois a cidade hoje é de pessoas e veículos, também de animais que assumem na rua, por vezes, papel mais importante que crianças.
Tudo isto deve ser pensado em conjunto, sem “remendos” de ocasião e com apoio de informação e discussão pública, lembrando que a mudança de estruturas físicas é mais difícil que a provocada pelas alterações tecnológicas dos novos meios de comunicação e inteligência artificial. Novas leis “em cima do joelho” acabam por ter aplicabilidade prática inversa do desejado e com consequências contrárias aos objetivos, como o caso da Habitação, pois o pensamento da cidade é a prática funcional dos habitantes e as mudanças mal explicadas ou bruscas acabam por ser rejeitadas por eles.
Há obras profundas no Porto que não foram explicadas e têm vindo a causar muitas perturbações, outras em que a Câmara parece pouco envolvida embora a população pense o contrário, ora tal implica falta de planeamento urbano e articulação entre intervenientes, ou seja, falta de novo e mais democrático planeamento urbano, que não é só desenhar e executar, se antes não houver o ato de pensar.