Regressar com uma goleada, após uma longa e inusitada paragem, é um passaporte de confiança para a manutenção dos processos adquiridos. Se a Taça da Liga teve o condão de manter os índices competitivos acima dos mínimos, não há prova de algodão igual ao regresso do campeonato. Regressar com uma goleada a um Dragão pleno e cheio, a rebentar pelas costuras, foi uma prenda colectiva a distribuir por cada um. Dobra-se o ano e renovam-se as ilusões, nomeadamente aquela que assegura tudo ser possível.
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A arte de sacar coelhos da cartola ao dobrar o ano, pequena pausa para um até já. As paragens são muitas vezes aproveitadas pelos treinadores para um jogo de espelhos sobre quem é quem no plantel, oportunidade para trabalhar especificamente jogadores, premiar outros, esperançar alguns. A presença de Veron no 11 foi surpreendente, mas perfeitamente justificada pelo que aparenta ser o crescimento maior do jogador e pela sua progressiva adaptação ao futebol europeu. Aproveitando a ausência de Evanilson e a recuperação gradual de Pepê, Veron justificou a chamada e esteve (como Taremi) em quase todos os golos. Um outro caso de crescimento é o de Grujic. O sérvio mostra-se agora como peça que acrescenta e não apenas como um regular jogador a fazer a posição. Mais rápido e expedito, com mais "punch" e visão de jogo, também no meio-campo se pode fazer o ano novo de uma equipa que joga em todas as frentes.
Positivo: A titularidade de Veron surpreendeu. O brasileiro, 20 anos, tem futuro, pode ser a prenda de Natal que a equipa agradecerá para somar mais soluções no último terço ofensivo. A qualidade é imensa e o jogador tem agora a palavra após a oportunidade dada por Sérgio Conceição. Fez um grande jogo.
Negativo: As mais recentes lesões (no anterior jogo com o Gil Vicente para a Taça da Liga) de Pepê e Evanilson fizeram tocar alarmes.
O AUTOR ESCREVE SEGUNDO A ANTIGA ORTOGRAFIA
*Adepto do F. C. Porto