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Ainda que a palavra empreendedorismo me cause calafrios, não pelo que significa, mas pelo significado que alguns lhe dão, há alturas em que tenho de dar a mão à palmatória e reconhecer: o empreendedor Vítor Macedo merece o meu aplauso, pelo que faz e pela imensa resistência à pressão do Estado para que cesse a sua atividade. Se este nome não lhe diz nada, talvez conheça este jovem trabalhador por contra própria por "Vitinho" ou pelo epíteto pelo qual é reconhecido nos jornais e pelas autoridades policiais: "Rei dos Catalisadores". Ora vejamos. Suspeito de mais de 70 assaltos, o "Rei" foi apanhado mais do que uma vez em flagrante e protagonizou uma fuga em contramão na VCI, no Porto. Foi detido, que se saiba, duas vezes devido a mandados de detenção pendentes. Desde maio, apanhou "boleia" de carros da PSP ou GNR, pelo menos, oito vezes. E consegue sempre sair em liberdade, porque não há uma base de dados nacional onde o Ministério Público possa, facilmente, consultar o currículo do empreendedor. Sugiro então que a Procuradoria-Geral da República compre assinaturas do JN, onde temos acompanhado o caso. Será que vai chegar às dez detenções a tempo do Natal?
*Jornalista