<p>A Ordem dos Economistas promoveu no dia 16 mais um almoço-debate sobre um dos temas económicos candentes da actualidade. Surpreendentemente - ou talvez não - o tema escolhido foi a Agricultura. Convidado para este encontro, António Serrano, o actual ministro da Agricultura, enfatizou a centralidade da agricultura no desenvolvimento económico do país. </p>
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De facto, se pensarmos que a OCDE alertou recentemente - no seu relatório sobre "Perspectivas agrícolas 2008-2017" - para o facto de diversos factores (como a procura crescente e a modificação dos hábitos alimentares dos países emergentes) conduzirem, já na próxima década, a um aumento exponencial dos preços agrícolas, e quando se denunciam inúmeras situações inquietantes de fome no Mundo, a preocupação em assegurar bons níveis de "produção agrícola" assume-se cada vez mais estratégica para as diversas economias.
Deste modo, torna-se imperioso perceber que - no plano do desenvolvimento económico sustentável - um dos mais importantes desideratos nacionais será o de incrementar a "produção agrícola" assegurando uma imprescindível autonomia alimentar nacional. E se o sector tem demonstrado bom desempenho ao nível das exportações (13% estão ligadas à agricultura), será importante sensibilizar quer os consumidores nacionais para qualidade dos produtos agrícolas portugueses quer os produtores para a necessidade de internacionalização dos nossos produtos e para o reforço da capacidade organizativa e gestionária do sector.
Portugal apresenta enormes potencialidades naturais (climáticas e de solo) para a produção agrícola de excelente qualidade, devendo reconverter o sector para novas apostas sempre que isso o justifique.
Veja-se o caso da reconversão suscitada pelo aumento do regadio associado aos projectos do Alqueva (com uma área de regadio superior a 100 mil hectares) e da Cova da Beira. A reconversão do sequeiro em regadio, além de se repercutir de forma positiva na criação de emprego sustentável, permitirá o relançamento estratégico da exportação da produção hortícola e frutícola nacional, uma vez que, beneficiando de favoráveis condições climatéricas, a produção nacional pode antecipar-se - muito vantajosamente - nos mercados internacionais.