Estão à vista de todos os desafios e progressos que a modernidade tem imposto aos profissionais da área da construção e do imobiliário e, é por demais evidente, o quanto esta atividade contribui para a promoção do bem-estar social, económico e ambiental das comunidades.
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As cidades mudaram e, com elas, a tecnologia de construção evoluiu de forma ímpar. Estamos perante uma oportunidade única para assumir a dimensão das "cidades inteligentes", ou seja, a cidade global, que combina edifícios e infraestruturas sustentáveis, com uma oferta habitacional diversificada, com espaços verdes e respeito pelo ambiente e economia circular.
À reabilitação urbana, ao novo ciclo de investimentos a iniciar em 2020 e à internacionalização do setor, juntam-se novos conceitos e metodologias. A era digital ou da informação, a indústria 4.0, a internet das coisas, caracterizadas por alterações nas tecnologias que possibilitam a interligação entre o mundo físico e o digital, terão impacto em todas as áreas de atividade, economias e indústrias, designadamente na construção.
Este é um processo que está em contínua evolução, que não pode, porém, ser posto em causa pela falta de mão de obra especializada que as nossas empresas enfrentam. Constituindo um problema estrutural e que é transversal a todas as atividades, a verdade é que para concretizar estratégias de sucesso, é fundamental atrair o talento adequado, potenciando a formação e a qualificação dos recursos humanos. Efetivamente, a realidade mostra-nos que as políticas públicas, nesta área, para além de não corresponderem às necessidades das empresas, não souberam antecipar a evolução do mercado.
A resposta às necessidades setoriais passa pela articulação estreita entre as empresas, as associações e confederações que as representam, reforçando, cada vez mais, a proximidade com os centros de formação profissional. Partindo do diagnóstico que é conhecido das entidades públicas relativo à situação dos setores e funções com dificuldades de recrutamento e respetivo enquadramento geográfico, é necessário que as escolas e os centros de formação possam dar uma resposta ajustada ao mercado de trabalho e, consequentemente, às necessidades efetivas de Portugal.
*Presidente da AICCOPN - Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas