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Os golos de Rodrigo Mora são um bálsamo que paga bilhete de jogo e faz chorar por mais jogo colectivo. O que se seria de Mora numa equipa que levantasse bem alto o actual modelo de jogo do F.C. Porto é matéria incerta e que nunca se poderá inscrever num resultado. Se, por um lado, talvez escasseassem as oportunidades para brilhar e as oportunidades fossem menores, por outro, teríamos uma vibração colectiva que não se esconderia, certamente, em dois pormenores de requinte e génio de um miúdo de 17 anos que aparece a fazer a diferença no mundo dos adultos. A responsabilidade está lá, define há vários jogos, mas não peçam a um prodígio para carregar a equipa. Apenas lhe exijam trabalho.
A responsabilidade de jogar no F.C. Porto não se esgota dentro de campo. A exigência vem de trás, fez-nos ganhar títulos e ninguém esquece. O jogo colectivo do F.C. Porto não está num momento exuberante e isso não se deve ao empenho e compromisso de quem está dentro de campo. Mas perante os últimos acontecimentos, convém que não se passe a ideia de desresponsabilização fora do campo, nomeadamente no cumprimento de horários. Nunca pareceu que a equipa entrasse de folga nos jogos pelo que não criem agora, alguns jogadores, trabalhos de campo fora do Dragão. O que se passou (ou o que se tem passado) com a falta de profissionalismo de alguns atletas fora de campo deve fazer repensar regras, procedimentos, códigos de conduta e a noção do que é jogar no F. C. Porto. Não basta decretar estágios forçados.
Adepto do F. C. Porto