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Após a sua indigitação, José Sócrates iniciou já o processo formal de constituição do futuro Executivo. E se, num momento histórico particularmente desafiante para Portugal, se exige ao novo Governo habilidade política e reforçada capacidade de diálogo social, a verdade é que - no propósito de relançar a economia e modernizar o País - é preciso também que se proporcionem ao Executivo condições políticas para que, numa lógica de governação estratégica nacional assente num inequívoco sentido de responsabilidade e de Estado, se assegure ao País a estabilidade necessária ao seu desenvolvimento.
De facto, Portugal enfrenta grandes desafios a que, na próxima legislatura, caberá responder de forma premente, em nome de uma competitividade inclusiva e sustentável.
Identifico alguns. O desafio da diminuição da dependência externa (energética e agro-alimentar); o desafio da redução do desemprego (e consequente resposta à crise económica e ao problema das deslocalizações); o desafio da redução dos níveis de pobreza e do reforço das medidas de equidade social; o desafio de reagir à diminuição vertiginosa da taxa de natalidade e consequente necessidade de reforço das políticas de família; o desafio da consolidação de uma sociedade do conhecimento e da inovação; ou, ainda, o desafio da criação de emprego através da atracção de investimento ao território nacional.
Desde logo, a preocupação com a redução de dependência externa - prosseguindo a aposta no sector energético e na sustentabilidade ambiental e relançando o sector agro-alimentar. Depois o desafio da redução do desemprego, exigindo mais investimentos públicos como forma de devolver confiança à económica e criando, paralelamente, medidas de relocalização do investimento, em especial no sector industrial fortemente atingido pelas deslocalizações e jobdumping. Também o desafio da redução dos níveis de pobreza, fortalecendo medidas que promovam maior equidade na redistribuição do rendimento e fazendo das políticas sociais de nova geração, um indutor de equidade social. Depois urge responder ao desafio da diminuição da taxa de natalidade, com um consequente reforço das políticas de família no sentido de inverter esta tendência. Também o repto da reafirmar a aposta no desenvolvimento de uma sociedade do conhecimento e da inovação em Portugal parece incontornável, assegurando mais competitividade às empresas e à economia. Por fim, urge prosseguir a aposta na atracção de investimento ao nosso país (nacional e estrangeiro), conferindo as melhores condições aos empresários para criar emprego estável e qualificado.