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Numa coisa Ferraz da Costa tem razão: há muita gente que não quer trabalhar. E eu sou uma dessas pessoas. Lamentavelmente, não nasci em berço de ouro, nem herdei, como o presidente do Forum para a Competitividade (?), um negócio na indústria farmacêutica e por isso tenho que trabalhar, e bastante, para ter o que tenho.
Admito a possibilidade de que o empresário, que é também proprietário de uma coudelaria, tem trabalhado muito. Tratar de cavalos é uma atividade muito absorvente e não deve ser fácil lidar, em simultâneo, com as pressões da planície alentejana e a vontade de colocar os trabalhadores da outra empresa a "Produzir sempre melhor, mais rápido e ao menor preço", a missão apresentada no site.
Para já, ainda não consegui tanto como Ferraz da Costa herdou, mas se trabalhar com afinco estou confiante que ainda terei capacidade para manter ao menos um cavalo. Se não tiver a infelicidade de ficar desempregado. Mas mesmo assim é possível que lá chegue. Emprego não falta, como explicou o industrial em entrevista ao "i", e se eu conseguir superar esta minha preguiça militante, vai ser fácil encontrar trabalho. Basta querer, especialmente se for a recibos verdes e a ganhar uns 400 euros menos a Segurança Social. Ou se for para ganhar o salário mínimo, que, segundo homens como Ferraz da Costa, deveria era ser o salário máximo para esses 460 mil mandriões que por aí andam sem emprego.
* JORNALISTA