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Governo e Oposição atiraram o país para novas eleições que ninguém pediu, num salto sem rede perigoso, pelas nossas circunstâncias e pelo momento internacional. Temos um sistema representativo em que os deputados são eleitos em listas partidárias e não respondem diretamente perante os eleitores, parte significativa deles ninguém conhece. Ora isto conduz ao que agora aconteceu, os portugueses não estavam interessados em eleições, mas a “birra” do primeiro-ministro e líderes dos principais partidos conduziu a isto, dissolução parlamentar e corrida eleitoral fora do “baralho”. Parece birra entre “rapazes”, o de Espinho e o de S. João da Madeira, quando o país pede serenidade e responsabilidade e há problemas a resolver que quem “trabalha e paga impostos” não compreende.
Há problemas graves e futuro incerto que não aconselhavam aventuras, mas parece ser isto que os principais políticos não entendem e as consequências atingem todos os cidadãos, da direita à esquerda. Os custos sociais e financeiros desta “aventura” serão elevados e a Democracia e responsabilidade cívica não ganharão, correndo risco de maior alheamento das urnas, que é sempre mau sinal de futuro.
Duvido que tenhamos uma “campanha limpa” de linguagem e comportamento elevados e que nos marcaram em décadas anteriores, mas prefiro acreditar ainda no “bom senso” dos cidadãos e da Comunicação Social para que tal aconteça, pois seria uma lição aos dirigentes que a isto nos conduziram. Meio século de Democracia deveria servir para entenderem quanto isso custou e lembrar que o caminho a percorrer é bastante mais difícil e quem o gere precisa de aprender a “olhar para trás” e compreender o tempo e as circunstâncias.