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A entrada no Ensino Superior é uma fase delicada, com possíveis alterações de comportamentos e, consequentemente, a adoção de estilos de vida pouco saudáveis. Tentamos, com tudo o que está ao nosso alcance, cuidar da Academia, mas a realidade vivida tem-nos colocado entraves.
Num inquérito lançado à Academia do Porto, 27% dos mais de mil estudantes inquiridos afirmaram terem aumentado a compra de produtos alimentares mais baratos, ainda que com menor qualidade nutricional, para fazer face ao aumento da inflação. Ainda, 74% admitiu já ter sentido um declínio significado do seu bem-estar psicológico durante o ano letivo.
Ora, reconhecendo a urgência de implementar distintas e positivas práticas nas Instituições de Ensino Superior, a Federação Académica do Porto e a Direção-Geral da Saúde uniram-se e entregam à Academia um Referencial para a promoção de saúde e do bem-estar no Ensino Superior, numa colaboração frutífera entre os setores da educação e da saúde.
Foi crucial desenvolver o Referencial auscultando os estudantes, para que os obstáculos reais fossem identificados e, assim, as medidas propostas profundamente adequadas.
Desejamos a modernização dos serviços de ação social e de apoio ao estudante, a facilitação da deslocação por meios sustentáveis como bicicletas, o reforço do apoio ao desporto universitário e, a principal premissa, que os estudantes sejam assumidos como modelos promotores de saúde, hoje e no futuro.
Aspiramos a criação de ambientes saudáveis. As Instituições de Ensino Superior são lugares para estar, mas, acima de tudo, para ser. Devem ser, sempre, lugares seguros, de inclusão e promoção de saúde e bem-estar.
* Presidente da Federação Académica do Porto