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A confirmação do bom arranque de época acontece em Barcelos. Não só pela inquestionável melhoria de qualidade de jogo da equipa, como também pela crença de que o esforço dos jogadores está ao serviço de uma ideia de jogo exequível, plausível, fato à medida dos intérpretes, modelo que seja um passaporte para soluções, não para experimentalismos ou teimosias. A crença de ganhar está estampada na expressão de cada um dos jogadores, ao contrário do que sucedeu nas duas últimas épocas. A convicção aumenta à medida que os resultados acompanham. Sobretudo porque se sente que eles não chegam por acaso. O aparecimento de estaca de Froholdt e Bednarek, o renascimento de Pepê e a quarta vida de Zaidu confirmam que Francesco Farioli só pode estar a fazer muitas coisas bem. Acrescente-se o bom índice físico da equipa, sinal de intensidade, treino e abnegação. O facto de reforços chegarem e entrarem como uma luva nas ideias de jogo do treinador, diz muito sobre um conjunto preparado para receber. Mas "entregar" é a palavra chave e aí assoma o reencontro de Pepê com os sorrisos, coroados com dois golos em dois jogos, tal como Froholdt. A esta sociedade dinamarquesa-brasileira junta-se o sangue frio e experiência de dois gigantes: Bednarek e Luuk de Jong, cada um deles em cada extremo do campo. Zaidu, influente no jogo em Barcelos, renasce para uma nova vida nada incomum: provar que pode disputar o lugar, pelo menos na luta com um lateral adaptado. O nigeriano é mais valioso do que o discurso redutor de muitos dos seus detractores. A questão que (de)Mora suscita, já se percebeu, é uma questão de tempo. Agora que os Oasis andam perto, eis a segunda prova superada. Certo é que o F. C. Porto de Farioli não queima etapas, sabendo da maratona.
O autor escreve segundo a antiga ortografia
*Adepto do F. C. Porto