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Depois do jogo com o Salzburgo, físico e repleto de dificuldades, o golo de William Gomes foi mais do que um golpe a valer uma vitória e três pontos preciosos na entrada da Liga Europa. Os festejos de toda a equipa, todo um banco feito mola e júbilo, deixou antever o espírito colectivo que poderia sair daquele jogo moldado a ferros, mas não permitia adivinhar o que a equipa viria a fazer em Arouca, numa segunda fora das festas mas com colheita, reduzida que estava a 10 durante quase toda a segunda parte, a marcar golos como se estivesse a jogar com 12 (os adeptos estavam lá e em grande número, de facto) e, sobretudo, profundamente implicada em não consentir um golo sequer ao adversário. Terá sido esta indómita vontade de não permitir um golo ao opositor, quando o resultado se avolumara para números de goleada, que mais impressionou. Para além dos golos de belo efeito, tanto resultado de envolvimento colectivo como de perfeitos recortes individuais, o comprometimento defensivo de cada um dos jogadores quando a equipa já ganhava por três ou quatro foi absolutamente notável. Farioli só pode estar feliz e os adeptos suspiram pelo jogo seguinte.
O alerta de lesão de Samu pode ter sido um simulacro real para o que há-de vir e não deixa ninguém sem cruzar os dedos. Apesar da boa entrada e do golo de Gül, a inexistência de uma alternativa mais experiente (de Jong recupera de lesão) é sempre um motivo para soltar as rezas de quem é crente. No centro, no centro de tudo e de qualquer fé, para Froholdt não há palavras para ser descrito sem que se esgotem os adjectivos. Ligado a uma corrente só sua, energia que transporta para a equipa, é sempre ele o dínamo, sem uma decisão errada, sempre a procurar a melhor alternativa, com uma consciência táctica e compromisso assinalável. Aqui, não se procura uma alternativa. Este jogador não existe.
O autor escreve segundo a antiga ortografia.