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Combater a corrupção é uma exigência do Estado de direito. Contudo, hoje, a democracia portuguesa atravessa uma profunda crise por via de diversos aspetos, mas, muito notoriamente, por via de uma incapacidade da Justiça. Temos de aproximar os tribunais da população e exigir que sejam mais céleres, rápidos e transparentes!
Não se pode viver num país em que se desconfia de todos, onde existem tantas megaoperações que depois em nada dão, destruindo por completo as carreiras políticas, técnicas e a vida familiar e pessoal de tantos.
Enquanto isso, os tribunais contradizem-se. Os juízes têm diferentes opiniões. O que é hoje não é amanhã. E o medo e a insegurança instalam-se nos cidadãos que, assim, preferem o recato à dinâmica de uma vida política intensa, mesmo que séria e honesta, pois ninguém está livre de que, do nada, nasça um vulcão com explosões mediáticas e consequências irreparáveis. E o medo recai sobre a cidade, paralisando-a. O tema mais relevante para a democracia, neste momento, é a justiça. A sua reforma é, assim, essencial para construção de uma cidade justa. Sem justiça num país, não há educação, saúde, economia nem cultura. E hoje começa a não haver também política! Os nossos filhos, agora adultos, já não querem ouvir falar de política, nunca serão políticos e creio que os nossos netos também não!
Que se aproveite esta oportunidade de eleições para que os partidos possam apresentar propostas e discutir sobre uma sociedade mais justa, onde a liberdade de expressão, nas diferentes formas de ser e estar, seja garantida.
Não esquecer que sem justiça, não há cidade, ou não fosse esta o maior palco de liberdades e direitos.