Os seminários têm de mudar. São um "modelo esgotado". É necessário encontrar "caminhos novos" para formar os padres da Igreja Católica. Estas são inquietações que, na semana passada, passaram pelo congresso internacional organizado em Braga para comemorar os 450 anos do seminário daquela diocese.
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Como o problema é complexo, "não há soluções fáceis", reconheceu o cónego Joaquim Félix, coordenador da comissão científica do congresso, ao jornal digital 7Margens, horas antes do seu início. Esta comissão fez uma pesquisa mas não encontrou em seminários de toda a Europa "projetos exemplares" que pudessem inspirar novos modelos educativos para a formação dos futuros padres, segundo o coordenador.
A questão não é só renovar os seminários. É também urgente clarificar que tipo de comunidades se quer edificar. E que pastores precisam, ou exigem, essas comunidades.
Se as paróquias forem meros "supermercados da fé" em que se vão solicitar determinados serviços em determinadas circunstâncias da vida, então são necessários funcionários eclesiásticos competentes que saibam "vender" bem esse produto. Nesse caso, os seminários deverão garantir a formação teórica e técnica adequada para a prossecução desse fim.
Se o objetivo for levar as pessoas a encontrarem-se com Cristo, transformar as suas vidas e promover a vivência da fé com outros, então serão precisos homens e mulheres que tenham feito essa experiência. Que se sintam chamados a ajudar outros a trilhar esse caminho. Que se disponibilizem para congregar os fiéis e servir as comunidades.
Os seminários, nesta hipótese, mais que um espaço - parafraseando Bento XVI - devem converter-se num tempo que promova e aprofunde nos futuros líderes a intimidade com Cristo. Assim garantirão a formação inicial, e a sua atualização, para melhor desempenharem essa missão.
Padre