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Há um velho chavão no futebol de que não existem favoritos nas finais, mas no último jogo da presente edição da Taça de Portugal, na sempre calorosa festa do Jamor, o F. C. Porto surge em campo uns furos acima do Braga em termos de favoritismo. Os dragões tiveram uma reta final de temporada galopante, ao reduzirem de dez para dois pontos a desvantagem para o Benfica, dando emoção a um campeonato que parecia condenado a uma festa antecipada. Conseguiram-no porque a alma de Sérgio Conceição tem algo de infinito, é uma mistura de crença, raça, mística e sede de vitórias que o transformam num dos treinadores mais marcantes da história do F. C. Porto, capaz de projetar a equipa para lá dos seus próprios limites. Sem Sérgio Conceição como homem do leme, sem toda aquela fibra inquebrável, provavelmente o Benfica não sofreria tanto e até se poderia dar ao luxo de cavar uma distância maior em relação ao principal rival. Essa capacidade de resiliência, de nunca desistir seja em que circunstância for, é importante para os dragões encararem a próxima época e tornam o treinador numa peça cada vez mais vital da máquina, quando surgem rumores do interesse de clubes italianos.
Toda esta soma de valores dá conforto ao F. C. Porto na final da Taça de Portugal frente ao Braga, no encerramento da época futebolística. Os guerreiros tiveram o mérito de acabar o campeonato no terceiro lugar, mas nos confrontos com os grandes estiveram muito aquém do esperado, à exceção da grande lição de futebol protagonizada frente ao Benfica (3-0), na reta final da primeira volta. O Braga está a construir uma equipa, tem um treinador à imagem de Sérgio Conceição e um dia vai voltar a lutar pelo título de campeão nacional como aconteceu na época 2009/10. Mas até lá tem de ser mais regular nos duelos com os grandes e saber resistir ao assédio do mercado de transferências.
*Editor