O que aconteceu, ou está a acontecer, em Serralves é assunto bastante sério e vai muito para além dos muros que rodeiam os magníficos terrenos da Fundação.
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Rui Moreira, e bem, lembrou publicamente que Serralves é bastante maior do que os seus edifícios ou do que as pessoas que por lá mandam transitoriamente. Papel aliás que o museu gosta de reclamar para si, o da relevância para o Porto e o país. Se está posta em causa a reputação da instituição neste aspeto tão fundamental como o da liberdade artística, há esclarecimentos públicos a prestar, que não se esgotam em explicações sobre listas de fotografias e com lições sobre censura, aliás dispensáveis. Censura não houve certamente, mas houve inaptidão, desacerto e, pior, uma inexplicada quebra da espinha dorsal de qualquer instituição com estas funções: a relação entre a Administração e a direção artística.
Seja por que razão for, seja quem for o responsável, Serralves falhou no teste Mapplethorpe. E isso, para um Museu de Arte Contemporânea do século XXI, é triste.
* JORNALISTA