Num Mundo que tantas vezes silencia as vozes das mulheres, especialmente as mulheres negras, emergiu uma figura icónica que quebrou barreiras e se tornou um símbolo de força, resiliência e liberdade: Tina Turner.
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Nascida Anna Mae Bullock em 1939, foi através da música, de uma notável presença em palco e, acima de tudo, da sua coragem, que Tina se tornou um ícone para as mulheres negras. A relação conturbada com o seu marido Ike Turner, retratada no filme "What"s love got to do with it" (Tina - O musical, no Brasil), destacou a luta de Tina para se libertar de um ciclo de abuso. Sua história ressoou profundamente em mulheres que enfrentavam situações semelhantes, permitindo-lhes encontrar a força para buscar uma vida melhor. Tina personificou a resiliência e a capacidade de superar adversidades. A sua música foi um grito de liberdade, de autoafirmação e de empoderamento feminino.
Em canções como "Proud Mary", "Private dancer" e "Simply the best", Tina canalizou as suas experiências pessoais em letras poderosas, elevando a voz das mulheres negras e incentivando-as a atingir os seus sonhos e acreditar em si mesmas. Tina Turner deixa-nos fisicamente - os nossos heróis estão mesmo a morrer - mas a sua mensagem de amor, respeito próprio e liberdade continuará a brilhar. Ela ensinou-nos que o amor verdadeiro começa com o amor por nós próprios, e que só podemos encontrar relacionamentos saudáveis e autênticos quando nos valorizamos em primeiro lugar.
Ao olharmos para o legado de Tina Turner, nos inspirarmos em sua música, coragem, determinação e capacidade de superação. É preciso agora que a sua mensagem permaneça viva e nos ajude a todos na busca quotidiana por uma sociedade mais justa e inclusiva, onde todas as mulheres possam brilhar e prosperar.
*Presidente da Associação Portugal Brasil 200 anos