
Os sindicatos surgiram em meados do século XIX, quando os trabalhadores entenderam, de forma lúcida, a importância de se unirem nas suas reivindicações.
Na principal Polícia Nacional surgiriam, ainda que com restrições, só dois séculos depois e muito após a implantação da democracia.
Seria suficiente recuar 20 anos, para entender o impacto que as estruturas sindicais da PSP tiveram na dimensão profissional e social. O autor desta crónica não ousaria certamente escrever estas e outras palavras, e os pensamentos daqueles profissionais não tinham respaldo no que podiam sequer dizer.
Apesar de faltar muito caminho para percorrer, é importante que não se perca a lucidez dessa geração fundadora dos alicerces sindicais e, sobretudo, que a união dos profissionais seja interiorizada como bem superior. Estar unidos na reivindicação e denúncia dos problemas não tem de significar consenso de posições e unanimidade na opinião.
Foi a união e razoabilidade de alguns que permitiu a todos poderem hoje reivindicar as revisões das carreiras, do estatuto profissional e dos suplementos. Reivindicações que se impunham desde 2015, por força da alteração do estatuto, mas que apenas se junta à razão a obrigatoriedade de discutir o tema pelo acordo firmado em 2024.
Que não se eleve quem o fez, na mesma dimensão que não se deve permitir ostracizar por ter sido feito. Sempre que o fizerem, estarão a desviar o sentido da missão e a defraudar os legítimos interesses dos representados.
Os graves problemas que assolam os profissionais de Polícia não foi causa, nem tampouco consequência, da sua (in)ação. Essa responsabilização tem de ser imputada aos verdadeiros culpados, os sucessivos (des)governos.
