Durante o jantar, sempre que levantávamos o copo, "Saúde", a A. dizia "mental". Mesmo que entre nós esse seja um tema delicado, até que o momento deu vontade de rir. Esse extra nos brindes é na essência um pedido ao Pai Natal, para uma sociedade mais sã da cabeça, mais leve e livre, porque sem uma mente sã, a alma fica cativa, perdida. Os psicólogos dizem que a procura de ajuda por parte de alunos triplicou desde a pandemia e o ministro da Saúde até garante que a saúde mental será prioritária no Plano de Recuperação e Resiliência mas, num SNS com tantos sintomas de doença, falta saber se vão ser contratados mais psicólogos para os centros de saúde, onde fazem tanta falta, sem listas de espera que desesperam e agravam os sintomas. A cura até pode vir com mais palavras do que medicação mas, sem ações concretas, as conversas não acontecem.
*Jornalista

