O que há muito era apontado como inevitável confirmou-se esta semana. Portugal perdeu em definitivo para os Países Baixos o sexto lugar da ranking da UEFA, após as derrotas de Benfica e de Sporting . Numa primeira análise, isso significa que deixará de ter três equipas na Champions (duas com entrada direta e uma na terceira pré-eliminatória) e a representação nacional ficará reduzida a cinco clubes a partir da época 2024/25.
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A premissa inicial deveria deixar preocupadas as grandes equipas portuguesas, já que em jogo está o acesso a dezenas de milhões de euros - só esta época, F. C. Porto, Sporting e Benfica já embolsaram mais de 183 milhões de euros, em prémios de presença e de performance desportiva -, mas convém não entrar já em desespero. É que a Liga dos Campeões vai sofrer uma transformação radical a partir de... 2024/2025, inclusive. Ou seja, ninguém pode afirmar ao certo se Portugal vai ser muito prejudicado, pois ainda nenhum país sabe concretamente a quantos representantes irá ter direito no novo formato da liga milionária.
Quanto a perdermos uma equipa a partir de 2024/2025, ficando só com cinco, para mim, isso poderá ser uma bênção para o futebol português. É que os quinto e sexto representantes, normalmente aqueles que conseguem fazer um brilharete de vez em quando na Liga, têm sido os principais responsáveis pela queda do país no ranking da UEFA. Se F. C. Porto, Benfica, Sporting e Braga costumam entrar nas fases de grupos, as outras duas equipas, salvo raras exceções, ficam-se pelas pré-eliminatória. Mas os pontos que os quatro grandes conquistam - e esta época esse número é bem superior ao dos neerlandeses - acabam divididos por seis. Já os Países Baixos só os repartem por cinco. Esta é uma das equações em que menos (clubes) significa mais (pontos). Em termos de ranking e também, creio, de um melhor futuro europeu para os clubes portugueses.
*Editor-adjunto