Quando o árbitro apitou para o final do jogo, ninguém disse uma palavra e abraçamo-nos. Ficamos ali os três durante uns longos segundos em silêncio com as lágrimas a correr cara abaixo.
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As comemorações vieram depois, aquilo era muito mais do que um ato de ternura entre pai e filhos depois de mais um grande feito do brasão que temos tatuado no coração, mais do que a descarga da tensão de mais de 130 minutos de jogo de que saímos mais cansados do que o Pepe (também não é difícil, o homem não se cansa), aquele abraço unia-nos a todos os nossos irmãos portistas. E foi essa força, esse sentimento comum, os valores que o nosso clube representa que fizeram com que, durante 80 minutos, dez homens conseguissem assegurar uma, de facto, vitória contra 11 dos jogadores mais bem pagos do Mundo, contra aquele que é considerado o melhor do Mundo e contra uma equipa que já leva nove campeonatos italianos seguidos ganhos.
A lógica conta, os orçamentos contam, jogadores como o Ronaldo, De Ligt, o Arthur e tutti quanti não ganham as fortunas que ganham por capricho de um qualquer milionário, é porque são realmente de outra galáxia. Só que em momentos especiais vem ao de cima o que realmente conta e não se compra, o que é feito de história, de muitas lutas desiguais, de sacrifício, de compromisso com valores inalienáveis. Sim, os nossos jogadores e treinadores foram (e são) geniais e de uma capacidade de sacrifício e abnegação únicas, mas foi o brasão abençoado e tudo o que ele simboliza que os carregou. E não, mais nenhum clube no Mundo faria o que fizemos naquele estádio naquele dia. É que nós somos o F. C. Porto e não há força humana que nos vergue.
A subir
Depois da Champions, excelente resposta contra o Paços, uma das melhores equipas da Liga. Até ao lavar dos cestos é vindima.
A descer
Lamentamos incomodar quem sofre tanto com as vitórias internacionais do F. C. Porto. É lidar.
* Adepto do F. C. Porto
