Convido-o a ir ao site do "The New York Times" e ler o artigo assinado por Emi Nietfeld, uma engenheira norte-americana de software que teve a coragem de denunciar o assédio sexual de que foi vítima na Google: o gigante na dimensão e na pretensão de ser um dos melhores sítios para trabalhar do Mundo, onde não faltam códigos de conduta e diretivas para estes casos.
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Porque falou, a vida tornou-se num inferno. Teve até de continuar a trabalhar ao lado de quem a assediou - mesmo depois da denúncia ter sido considerada válida pela investigação interna. O agressor pouco ou nada sofreu e a mulher, apesar da boa performance, foi encostada. Acabou por se despedir.
Mas Emi teve sorte. Arranjou emprego facilmente na concorrência. Muitas outras perderam tudo, por serem vítimas e dizê-lo bem alto, ou por serem vítimas e calarem baixinho.
O sistema está viciado e o nervosismo causado por Sofia Arruda assim o prova: os privilegiados e os invejosos agitam-se e fazem exigências (!?) à vítima, transferindo a culpa para quem não tem culpa alguma. Deviam era tornar o ambiente irrespirável para os abusadores e não dar-lhes mais ar para encherem o peito, onde batem como macacos que são.
Jornalista