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De Bruxelas, boas notícias: mais crescimento do que o esperado, menos défice. Hipótese de saída do procedimento de défice excessivo se, em maio, os números de 2016 se confirmarem e se se mostrarem sólidas as perspetivas para 2017 e 2018.
E para 2017 já se perfilam mais boas notícias. As exportações continuarão a subir e o investimento verá um fortíssimo aumento, bastando para isso que se executem os projetos já selecionados no âmbito do Portugal 2020.
Com otimismo ainda assim moderado, Moscovici reconheceu o excelente desempenho das nossas exportações e sublinhou, como está de moda, o contributo forte do turismo.
Mas nós podemos ir mais longe e fazer sobressair outros dados que nos dão uma fundada esperança de poder continuar a progredir.
Em S. Bento, o principal partido da Oposição parece travado por um qualquer sortilégio que só o desobriga se houver eleições: ou gerais ou no partido.
Falo das exportações dos nossos setores industriais no ano de 2016. A título de exemplo, fixem-se os números do setor do calçado - 79 milhões de pares exportados no valor de 1865 milhões de euros - ou da cortiça - 950 milhões de euros - ou, especialmente relevante, da metalomecânica a atingir 14,6 mil milhões de euros. Todos estes setores industriais progrediram em diversificação de mercados, valor acrescentado e emprego qualificado.
A crise de 2008 obrigou a um esforço de adaptação que não tem volta e que devia servir de farol para o desenho de todas as políticas públicas suscetíveis de reforçar e amplificar os respetivos resultados. Só assim dominaremos o défice e os encargos da dívida.
Mas em S. Bento não há espaço para este tipo de reflexão. Em S. Bento chove, que é como quem diz perde-se tempo com armas de arremesso televisivas, com fraco poder de fogo que forçam retaliações "bem-intencionadas".
Em S. Bento, o principal partido da Oposição parece travado por um qualquer sortilégio que só o desobriga se houver eleições: ou gerais ou no partido. Entretanto, entretém-se a reagir ao que diz Marques Mendes, o presidente da República ou o PCP.
Enquanto isso, Marcelo, que se põe sempre do lado do sol, nada nas águas calmas da sua popularidade afetocontagiosa, até às autárquicas de outubro.
* ANALISTA FINANCEIRA