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Estatísticas seguras lembram-nos que Portugal é o país europeu onde há mais população vivendo só e sofrendo esse drama da solidão, agravada ainda pelo facto de sermos os europeus com maior longevidade de vida.
Quer dizer, país etariamente de população mais prolongada mas de fracas condições sociais de apoio. Isto quando a classe política, que deveria tratar de resolver a questão, se entretém com questiúnculas e “insultos” mútuos que envergonhariam qualquer “troca tintas” de feira.
Custa, por vezes, assistir a este espectáculo protagonizado por quem é eleito para nos representar, quando a REALIDADE nos chama atenção para carências sociais tão graves, num país em perda de população e com “Estado patrão” cada vez mais gordo e ineficaz, sugando impostos ao cidadão como se este fosse uma “vaca leiteira” de produção eterna.
Solidão nos lares e nas casas, na cidade e no interior, nos espaços públicos cada vez mais utilizados pelos “outros” em nome de um turismo que, sabe-se, não vai continuar como até aqui. Sendo um estado psicológico, significa abandono geracional e físico de consequências previsíveis, porque “o tempo não volta para trás” e a inter-relação geracional não se assegura com este abandono dos idosos.
Isto mesmo deveria fazer pensar os líderes políticos, que se entretêm com “questiúnculas de feira”, esquecendo que o país se escandaliza porque eles precisam mais dos cidadãos do estes deles. Democracia e Civismo parecem a caminho, também, da solidão, o que nos obriga todos a pensar!