Solidariedade de Palco: O Espetáculo é que Importa
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A Mariana Mortágua, a Sofia Aparício e outros embarcaram em Barcelona para um show-off, e nada mais. As pessoas envolvidas, incluindo Greta Thunberg, que já tinha sido deportada em Junho deste ano após participar numa tentativa anterior de romper o bloqueio marítimo israelita, voltou a integrar a iniciativa. A estratégia parece clara: criar tensão, ser eventualmente impedida e, inevitavelmente, voltar a ocupar espaço nas manchetes. É difícil não ver aqui uma procura de protagonismo mais do que eficácia humanitária.
Se realmente quisessem doar bens de forma discreta, poderiam usar sua influência em organismos internacionais como a ONU para enviar ajuda humanitária sem esse folclore todo.
Mas o que mais me chamou a atenção é chamarem isso de "a maior missão de solidariedade da história". Isso demonstra um desconhecimento total do que é solidariedade. Em 1985, o Live Aid reuniu 82 mil pessoas em concertos - e milhões pela TV - arrecadando 1,5 mil milhões de libras para combater a fome na Etiópia. No entanto, não é preciso ir tão longe. A AMI - Assistência Médica Internacional, desde 1987, já atuou em 82 países, promovendo ajuda real, sem palcos nem navios para as câmaras.
Haja noção. Isso não é solidariedade; é puro protagonismo.