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A 7 de novembro, durante a sessão de abertura da Tomorrow Summit, organizada pela Federação Académica do Porto, e que contava com a presença do primeiro-ministro, estava longe de imaginar o que se viria a desenrolar horas depois e que justificava a ausência de António Costa.
Enquanto o País vive mais uma crise política, os jovens discutem o amanhã.
Discutimos o amanhã porque queremos ter uma visão sobre o que precisamos de fazer coletivamente para atingir os melhores resultados para o nosso futuro comum. Pensamos o amanhã porque sonhamos com uma sociedade mais próspera, onde todas as gerações têm a sua dignidade humana protegida e respeitada. Debatemos o futuro porque queremos estar bem preparados para enfrentar a mudança, aumentando o grau de preparação face ao desconhecido.
Precisamos que os decisores políticos e a sociedade civil se empenhem a construir o amanhã. É premente voltar a sonhar. A nossa ambição tem de ser construir um País necessariamente melhor. O sentido de urgência tem de ser enorme. Tem, mesmo, de ser gigantesco, do tamanho dos nossos sonhos. Não lamentemos o passado, nem percamos tempo a atribuir culpas. Temos de ser parte da solução e estar mais disponíveis para fazer o que ainda não foi feito e arriscar o que ainda não soubemos ser.
Na intervenção da sessão de abertura, tinha uma questão para dirigir ao primeiro-ministro. Hoje, replico-a aos portugueses: “Qual o vosso sonho para Portugal?”.
Não imagino qual seria a resposta de António Costa, mas ficaria feliz por cumprir o sonho de um Portugal com igualdade de oportunidades, uma economia mais justa e menos corrupção, onde “facilitador” não seja função ou profissão, por dele o País não precisar.
* Presidente da Federação Académica do Porto