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Imagine que tem mil euros para gastar num ano e que os estoira em apenas quatro meses, vivendo o resto dos dias em sufoco. É exatamente isto que lhe está a acontecer, não o digo em termos financeiros, mas em termos ambientais. Este ano, Portugal esgotou a 5 de maio, 23 dias mais cedo do que no ano passado, as reservas que tinha para todo o ano de 2025. Um dia negro de “sobrecarga”, traçado pela “Global Footprint Network”. Mas o ambiente não é um tema sexy, ficando ofuscado pela lei da bolsa e da economia, exceto se as alterações climáticas chegarem com tanto impacto que derrubem casas e ceifem vidas indiscriminadamente, como aconteceu com a gota fria em Valência. E, mesmo com a catástrofe à porta, o ambiente é política de gente que não tem mais em que pensar, para gente que não pensa quão difícil vai ser "respirar".