Há pessoas que nascem com poderes especiais e qualquer um de nós, com tempo para sonhar, pode ser uma delas.
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Basta alguma confiança e um pouco de loucura, duas ou três coincidências e lá podemos seguir felizes e contentes da nossa vidinha, crentes nas características inatas de super-heróis e com a autoestima reforçada. Há um par de anos, assistia a um jogo de andebol quando o meu filho entrou em casa. Estávamos a ganhar por quatro, a dois minutos do fim. Quando ele se sentou no sofá, perguntei-lhe se não se importava de ver o jogo noutra televisão. Ficou atónito, porque ambos sabemos como gostamos da companhia um do outro, e nem se mexeu. Como aconteceu aquilo que previa, uma sensacional reviravolta, expliquei-lhe que sabia que se sentasse naquele sítio a coisa ia correr mal. Na mesma linha e no mesmo sofá, anteontem adverti-o quando se preparava para se levantar. "Não te mexas!". Mas ele levantou-se. E o Rio Ave falhou o penálti que o impediu de celebrar uma vitória que tanto merecia, diante do AC Milan, deixando-me furioso e ao meu filho com um sorriso malandro. Como pai, apresento desculpas a todos os vila-condenses, que não têm culpa de eu ter um filho teimoso.
Jornalista